Época de férias, a criançada toda em casa, sem aulas e sem ter o que fazer. É muita energia concentrada dentro de quatro paredes…
Viajar é uma alternativa muito legal, mas surgem os questionamentos. Posso levar as crianças? Pra onde ir? Fica caro?
Eu não tenho filhos e aparentemente não sou a pessoa mais apropriada para opinar sobre o assunto, mas isto não é verdade. Tenho sobrinhos de todas as idades e, além de ser muito ligada a eles, geralmente não queremos deixa-los, então a solução é incluí-los nas nossas programações de viagem em família. Afinal, as crianças são motivos de alegrias, então deixá-las reduz o nosso prazer.

Como eu falo muito de viagens com as pessoas, volta e meia me questionam: Quero viajar, mas para onde posso ir com as crianças?
Recentemente uma amiga me fez essa pergunta e agora eu vou tentar responder.

Posso levar as crianças?
Pode sim. E Deve! Não acho que criança gosta de ficar em casa enquanto seus pais viajam. Não sou psicóloga, mas fui criança e lembro o quanto sofria com a ausência dos meus pais.
Li na revista da Gol que uma criança já pode viajar de avião a partir da segunda semana de vida, mas penso que não seja recomendável, exceto em caso de necessidade. É prudente esperar que a criança esteja com sua imunidade fortalecida para evitar danos à sua saúde.
Portanto, nem sempre viajar com os filhos é possível e, como disse, às vezes não é recomendável, mesmo com criança maior. Neste caso, isto deve ser muito bem conversado com eles, procurando eliminar as possibilidades de traumas futuros, reduzindo o sofrimento e criando um ambiente de conforto e segurança para a criança compensar a ausência dos pais. Mas isto é motivo para outra conversa.
Pois bem. Se não queremos deixá-las, vamos tentar mostrar um jeito de levá-las sem aperreios. Para isto alguns cuidados são necessários.
A criança é prioridade
Penso que a primeira coisa a se conscientizar para viajar com crianças é o seguinte: Elas são a prioridade. Essa é a regra básica, principalmente se a criança é pequena.
Neste caso, você deve fazer a programação para ela e tentar encaixar as suas vontades. Nada de pensar em si primeiro. Seu filho é seu maior bem, então você quer o melhor para ele e quer que ele se divirta. Se ele estiver feliz, você também estará.

Assim, o interesse da criança prevalece. Procure viajar para um lugar que seu filho goste. Você o conhece, sabe o que o faz feliz, então escolha um destino que seja atrativo para ele. Sabemos que muitas vezes os interesses são conflitantes, mas esta é uma fase em que os desejos dos pais devem ficar em segundo plano. Isto não quer dizer que não sejam considerados, até porque, sempre se pode dar um jeito, e se você não respeitar este momento, vai se aborrecer, estragar a sua viagem, a deles, e perder uma ótima oportunidade de viver momentos felizes em família, o que sempre é muito estruturante para a criança.
Muitos problemas em viagens com crianças acontecem porque na ânsia de satisfazer suas vontades, nem sempre os pais percebem que a programação, não é adequada para os filhos.
Saúde é fundamental
É preciso ver primeiro se a viagem é saudável e segura para a criança. E quanto à saúde, ninguém melhor que o pediatra para lhe orientar, principalmente em se tratando de bebê.
Uma viagem saudável para as crianças é aquela que elas se divirtam sem sofrer. Ou pelo menos sofrendo o mínimo possível.
Para isto é importante respeitar os limites da criança e suas necessidades, observando o seu estado de saúde geral. Se ela é frágil, não a leve para lugares que a debilitem, se é alérgica, observe se o ambiente para onde vai tem mofo, fungos, umidade, poluição, etc. Veja o clima se lhe é favorável, o barulho, a acomodação…
A comida deve merecer uma atenção especial. Se nós adultos sofremos com a alimentação em lugares estranhos, imagine as crianças! Portanto, procure saber se o local para onde vai terá a alimentação adequada para ela e, se for o caso, leve a comida ou lanchinhos estratégicos, para o caso de ela não querer se alimentar.

Consulte se tem possibilidade de contrair alguma doença no local de destino e se é necessário tomar vacina, tais como de febre amarela, gripe, etc.
O tempo da viagem é fator de risco porque crianças ficam impacientes em viagens longas e normalmente se irritam e choram. Viagens de avião provocam dores nos ouvidos e isso as faz sofrer. Procure evitar voos longos ou com muitas escalas e conexões.

Se for de carro, programe paradas para relaxar e providencie distração durante o percurso. Filmes, musicas e jogos infantis, ajudam muito nessas horas. Certa vez voltamos de uma viagem relativamente longa estimulando minha sobrinha de 03 anos a cantar as musiquinhas da escola para distraí-la. Até para nós a viagem ficou ficou mais divertida.
Portanto, se a criança está chorando, deve estar incomodada ou sofrendo e isto deve ser evitado. Crie condições para evitar o sofrimento do seu filhote. É lógico que há crianças dengosas, mas isto é outro assunto.
Segurança é indispensável
Segurança é essencial para todos, principalmente para as crianças. Tudo o que ponha em risco seu bem estar, integridade física ou sua vida deve ser evitado, lógico!
Portanto, fuja de local perigoso, hostil, passível de ameaça. Nada de expor a criança a ambiente de risco.
Se for área de praia ou de campo, veja se é segura, se é apropriada para o banho, se tem salva vidas ou ataques de animais, como tubarão, abelhas, marimbondos, aranhas, mosquitos, etc.

Pra onde ir?
Esta é a pergunta mais comum. A resposta é simples: para um lugar que a criança goste ou que você saiba que ela vai gostar. Você conhece seu filho, sabe as suas preferências, ninguém melhor para saber onde levá-lo. Pense nele. É comum os pais tentarem encaixar os filhos nas suas programações e depois reclamarem que eles perturbaram na viagem.
Se você levar uma criança para bater perna em NY, é provável que vai se aborrecer. Se você quiser curtir o carnaval do Recife, no Galo da Madrugada com seu bebê a tiracolo, vão sofrer você e ele.
Por outro lado, conheço alguém que já viajou com seu bebê de pouco mais de um ano para Paris e NY, duas cidades onde se anda muito e são mais apropriadas para adultos, e deu tudo certo. Tudo depende da criança e dos pais. Do que você está disposto a ceder ou sofrer para estar com seu filho.
Portanto, veja o que o atrai. Locais onde tem outras crianças é sempre uma boa ideia. Criança gosta de estar e brincar com outras crianças.
Lugares onde tem natureza e animais também é muito apreciado pelos pimpolhos. Praia nem se fala, eles adoram! Onde tem água e alegria é sinal de folia.

Pois bem. Vamos tentar ajudar. Primeiro acho prudente definir os interesses. Crianças de idades diferentes, tem interesses diferentes.
É evidente que os bebês nos primeiros anos de vida exigem a presença e cuidados constantes dos pais, mesmo que estejam com outras crianças. É dependência total. Se isto por um lado é ruim, por outro lado, eles influem menos nas suas escolhas, desde que respeitadas as regras básicas de segurança e conforto ditas acima, de forma que os pais ficam mais livres para escolher a programação.


Assim, você escolhe o destino e eles nem reclamam. Pode ser praia, campo, longe, perto, só com os pais ou com mais alguém. Eles só querem estar com os pais.
As crianças maiores, que não são mais bebês, mas ainda estão na primeira infância, são dependentes, mas querem independência e já interferem no destino e nas companhias. Querem amiguinhos e priminhos, mas não querem dividir a atenção dos pais.
Nessas duas fases sugiro que alguém muito próximo, como babá, avó, tia, seja agregado à viagem, para dividir os cuidados e dar um pouco de liberdade aos pais.

Nestes casos, é bom uma viagem mais em família, contemplativa, para descanso mesmo. É bom lembrar que nestas idades a mamãe ainda é muito demandada e há crianças que ainda mamam, de forma que ela deve estar esgotada, principalmente se for marinheira de primeira viagem.
Para viagem com essa turminha, uma boa sugestão são os lugares mais tranquilos, com estrutura e conforto, como hotel fazenda, Resorts, pousada no campo, praia tranquila de águas calmas e mornas, lugares que propiciem proximidade com bichinhos, que tenham parques infantis, aquáticos, viagem para casa de parentes ou amigos próximos, que aceitem e gostem de criança. Alugar uma casa ou Flat, num lugar desses, onde mais pessoas estejam juntas, com outras crianças, compartilhando trabalho, diversão e despesas, é também uma boa alternativa.
Isto porque nesta faixa etária a criança ainda precisa muito dos pais. Pode chorar com facilidade, exige que alguém esteja sempre alerta e é aconselhável vivenciar isto com pessoas amigas e queridas, dividindo o trabalho, de forma que todos se divirtam.
Fizemos isto em várias ocasiões, em Porto de Galinhas, Maragogi, Pipa, etc. Foi sempre sucesso!
Por sua vez, a galerinha que já saiu da primeira infância (acima dos seis anos) e ainda não entrou na adolescência, é mais exigente, tem vontade própria e firme e sabe o que quer. Ou não.
Neste caso, a negociação é necessária e planejar juntos reduz atritos.
Esses querem liberdade, agito, outras companhias do mesmo top e muito movimento.

Se bem trabalhados podem também ajudar nos cuidados com os mais novos, quando há, pois já se acham “adultos”. Podem ser bons companheiros, se não forem afetados. O que é muito comum também na pre-adolescência.
Para estes, viagens mais dinâmicas e que tenham aventuras são mais indicadas. Como eles tem muitos interesses, as possibilidades aumentam.


Vale também arriscar, sem medo de errar: o Beach Park, Parque Aquático em Fortaleza (http://www.beachpark.com.br/ ); o Beto Carreiro World, em Santa Catarina (http://www.betocarrero.com.br/); o Hopi Hari, Parque de Diversão em São Paulo (http://www.hopihari.com.br/home/).
As crianças hoje se interessam muito por livros, exposições, feiras e museus, games, informática, feiras de ciências. Tudo o que as levem a descobrir o mundo e suas maravilhas.
Como se vê, muitas são as possibilidades para viajar com crianças, e de tudo o que eu já conheci, posso indicar ainda mais:
Cruzeiros são fantásticos! Para qualquer lugar, principalmente pelo Caribe. Sempre são excelentes para ir com crianças, pela estrutura e diversões que oferecem. Cito como exemplo, os Cruzeiros da Disney, além do Oasis Of The Seas e o Quantum Of the Seas, da Royal Caribean (http://www.royalcaribbean.com.br/ ), que tem todo tipo de atrações para crianças, inclusive um parque infantil e ondas artificiais para surf.
Lugares incríveis como Gramado e Canela, no Rio Grande do Sul, para mostrar a elas o Mini Mundo, o Parque Gaúcho, o Natal Luz; Paraty, para despertar o interesse pelos livros, com a Feira Literária; São Paulo, que oferece infinitas possibilidades de turismo cultural para crianças e adultos, nos teatros, shows, museus, parques, zoológicos, etc.
Resorts maravilhosos, no litoral do Nordeste e em Rio Quente-Goiás, onde as águas mornas, quase quentes, divertem e relaxam pais e filhos; Hotéis e pousadas em praias calmas e paradisíacas, como Porto de Galinhas, Tamandaré, Pipa, Carneiros, Cancún, Aruba, Los Roques, Barbados, Punta Cana, Fernando de Noronha, Natal, Jericoacoara, se destacam pela beleza e tranquilidade de suas águas, o que garante, liberdade, aventura e diversão para as crianças pequenas e as maiores.
Trilhas e caminhadas nos Parques Nacionais, como a Chapada Diamantina, na Bahia, ecoturismo no interior de Pernambuco, Bonito e Pantanal, para as crianças maiores, onde as possibilidades de contato com animais, rios, cachoeiras e natureza são infinitas;
A Disney nem se fala! É um sonho de adultos e crianças, mas não acho indicado para bebês muito pequenos, embora haja muitos circulando por lá nos braços dos papais. Como o custo é alto e normalmente elas não lembrarão, eu acho melhor esperar um pouco e levar a partir de seis anos, até porque muitos Parques e atrações têm limites de acesso por altura, mas se o dinheiro der e a vontade for grande, vá. É sempre um prazer ver a felicidade nos seus olhinhos brilhantes de felicidade!
Para os baixinhos o Parque mais indicado é Magic Kingdon, que tem atrações para todas as idades, mas principalmente para as crianças pequenas e até os bebês ficam deslumbrados com a quantidade de cores, luzes, sons e atrações infantis desse magnífico Parque. São também indicados o Animal Kingdon, O Sea World e os aquáticos.
Para os maiores eu recomendo todos, mas em especial o Universal Studios, o MGM, o Sea Words, o Epcot Center, pois tem muitas aventuras, montanhas russas, atividades mil para adultos, jovens e crianças.
Enfim, essas são opções para todas as idades e gostos. Lugares incríveis que encantarão crianças e adultos e garantem, a diversão de todos.
O que levar
• Documentação da criança, certidão de nascimento e passaporte, se for o caso de viagem internacional. Menores de 12 anos só podem viajar com o pai, a mãe ou parente de até terceiro grau: avós, tios e irmãos e maiores de 18 anos e com a certidão de nascimento. Caso contrário é necessário autorização. Só quem tem mais de 12 anos pode viajar desacompanhado, mas neste caso e quando estiver viajando com outro parente, é preciso autorização do pai e da mãe. Para viagens internacionais, menores de 18 anos que estiverem viajando só com o pai ou a mãe tem que ter a autorização do outro.
• Alimentação específica, quando necessário;
• Remédios habituais e ocasionais, como antitérmico, analgésico, Antialérgico, etc.;
• Tudo o que for necessário para a proteção da criança, como protetor solar, roupas, apropriadas, repelente, chapéu, etc.
Quanto custa
Não gosto de revelar preços, pois acho custo algo muito relativo e muda com o tempo, mas posso afirmar que:
Cada um faz a viagem que cabe no seu bolso.
A Revista Viagem e Turismo (http://viajeaqui.abril.com.br/vt/ ), edição de julho/16, npág. 111/114, traz dicas legais de como viajar para a Disney, com informações de custo de aéreo, hospedagem, aluguel de casas, ingressos, alimentação e transporte.
Dividir o aluguel de casa, apartamento ou Flats, bem como de carro, barateiam muito o custo.
Cruzeiros normalmente não são caros, porque incluem acomodação, alimentação e transporte, além de muitas atrações durante a viagem.
E, por fim, se bem planejado, viajar com crianças é sempre garantia de diversão. E não tem preço ver a alegria dos seus filhos descobrindo o mundo!
Toque Pessoal
Fui criança pobre, numa família com muitos filhos e nessas condições, nossas únicas viagens eram para a casa dos meus avós no agreste de Pernambuco.
Eram viagens sofridas, sem conforto, sem estrutura, mas para nós tudo era novidade e folia. O lugar diferente, o contato com a natureza, com os parentes, as brincadeiras com os priminhos, com os bichos, nos rios e nas árvores…tudo era fantástico!
Portanto, minha mãe me mostrou que criança não é empecilho para viajar.
Elas se adaptam a tudo e para elas tudo é festa e alegria.
Mostre a seus filhos outros mundos, outras culturas, outras pessoas, outras possibilidades. Isto nunca será esquecido por eles.
A viagem com os filhos fortalece os laços e faz mais bonita a sua história.